quarta-feira, 3 de julho de 2013

European Way of life

"The prevalence of European styles in architecture and clothing isn’t because they’re just better than the rest of the world’s styles, it’s because European culturally brutalized the rest of the world and other cultures had to change to blend in."

Hoje eu acordei numa cama box. Fui no banheiro, escovei os dentes, escolhi uma roupa qualquer, organizei minha mochila e saí apressada. Sem café-da-manhã, por causa de uma aula de uma matéria não tão interessante. Perdi o primeiro ônibus. E o segundo, mas peguei o terceiro. Estava um tanto cheio, peguei um pouco de engarrafamento, corri para pegar outro ônibus. Na aula a professora desenha no quadro e depois explica. Os alunos conversam enquanto isso. Almoçar correndo, partir para outra aula e...
Nada disso é natural, não? Normalmente eu estou me referindo a pressa do dia-a-dia, a obrigação de seguir a massa, de fazer faculdade, de trabalhar oito horas por dia, aguentar gente que te odeia e ficar feliz com isso. O que eu estou pensando hoje é um pouco diferente.
Por que a cama que a gente dorme é tão semelhante a de outros tantos países desenvolvidos? Por que a privada que a gente usa também? Pastas de dente são parecidas, roupas mais ainda. Mesmo material, mesmos padrões de beleza com apenas algumas diferenciações. Na faculdade, as pessoas se vestem parecidas. Tem cabelos parecidos.
É natural.
Não não é.
Claro que não é.
Como tantos países se parecem tanto e como isso é esquisito. Será que se a gente não tivesse tentado se igualar a um padrão comportamental estrangeiro ainda dormiríamos em redes?  Talvez tivéssemos desenvolvido melhor as redes. Talvez tivéssemos mais ferrovias. Talvez visitássemos mais o interior do nosso próprio país. Talvez tivéssemos mais museus. Talvez, só talvez, tentaríamos resolver nossos problemas com soluções feitas para nós sem copiar outros lugares. E só talvez , elas funcionariam melhor.
Talvez tivéssemos mais orgulho do nosso jeito de pensar, das nossas características, do cabelo cacheado, Talvez os esportes fossem mais diferenciados, nossas atividades de lazer. Nossas profissões até, nosso jeito de lidar com as angustias.
O Japão é sempre um bom exemplo. De um país desenvolvido, globalizado, que contudo mantêm seus princípios. Não interessa se são princípios positivos ou negativos, pelo nosso julgamento. O ponto é que eles não levam uma vida igual. Existe algo diferente no jeito deles de pensar, algo que diferencia. Algo que caracteriza o japonês, além dos óbvios olhos puxados e da língua.
O mundo tem muito a perder na ânsia de se tornar um só. Os séculos passaram e mesmo nós, subdesenvolvidos ainda olhamos com asco algo diferente de um país mais pobre, porque eles são assim porque eles não sabem que podem ser como nós.  Que etnocentrismo é esse que desenvolvemos e deixamos no meio do caminho de apreciar o que nós realmente temos de bom?